Apesar do Superman e Batman serem amigos de longa data, eles não concordam em tudo que fazem. Não é preciso ser um gênio para entender o porquê disso. O Superman é cheio de superpoderes, otimista, não usa máscara, é visto como bom moço e atua em uma cidade com ar futurista onde “sempre” é dia. Já o Batman é exatamente o oposto em todos os aspectos. Um ser humano comum, sem poderes, noturno, com um uniforme que inspira terror nos criminosos e sua base de operações é um cidade de aspecto gótico onde “sempre” é noite. E quando dois heróis se desentendem, a única solução que eles encontram é trocar sopapos.


Aparentemente o Homem de Aço tem uma imensa vantagem sobre o Morcego, mas é o defensor de Gotham City que tem mais vitórias no placar. Aliando sua altíssima inteligência com recursos bem empregados, Batman consegue explorar as fraquezas físicas e morais do Superman e assim acaba por derrotar o Azulão na maior parte das vezes.

O combate mais icônico entre os dois foi retratado por Frank Miller em Batman: o Cavaleiro das Trevas. Em uma história em um futuro alternativo, um idoso Bruce Wayne deixa a aposentadoria de lado e volta a atuar como Batman. Isso vai de encontro aos interesses dos poderosos do país e o Superman é escalado para conversar com Batman para fazê-lo mudar de ideia. Mas como Bruce Wayne não é alguém conhecido por voltar atrás em suas decisões, só resta o combate físico.

Em plano envolvendo flechas de kriptonita, mísseis acionados por visão de raios-X, armaduras energizadas por toda a luz Gotham City e golpes bem aplicados, Batman dá uma surra no Superman somente para demonstrar que poderia derrotá-lo. É o ápice da minissérie de 1986 e a cena abaixo ficou na memória dos leitores de HQ para sempre.


O que poucos DCnautas brasileiros sabem é que anos antes, em 1964, Superman e Batman já haviam trocados alguns tapas nas páginas da edição 143 da revista World’s Finest. Era a chamada “Era de Prata” das histórias em quadrinhos e os dois heróis tinham uma forte amizade e atuavam juntos constantemente. Mas na história “O duelo entre Superman e Batman” esta parceria é abalada e quase acaba.

Batman, Robin e Superman estão impedindo um assalto, quando um dos criminosos atira contra o Morceguinho. Superman fica na frente da bala, mas ela ricocheteia e acerta Batman, que vai parar no hospital e entra em crise, achando que é um inútil que só atrapalha as ações do Homem de Aço.

Tentando animar seu super amigo, Superman bola uma falsa ameaça na cidade engarrafada de Kandor e pede ajuda de Batman e Robin para resolver o caso. Por ser uma cidade de Kripton em miniatura, Kandor tem Sol Vermelho, portanto o Superman não tem poder nenhum dentro dela.  Claro que o Cavaleiro das Trevas descobre a farsa e fica puto da vida. Superman tenta se explicar, mas leva um soco. Então ficamos sabendo que e Kandor, as rixas são decididas através de duelos. Mas como os kandorianos são civilizados, o duelo é feito com espadas especiais que atordoam ao tocar na pele do adversário e isso é bem legal.

Eram outros tempos nas HQs, com tramas mais simples e maior “espaço-tempo” entre os quadros, logo o tão alardeado duelo dura míseros CINCO QUADRINHOS! Confira abaixo a luta na íntegra!


Muitos ficariam indignados com a mera insinuação de que o Azulão poderia ganhar este duelo sem poder nenhum, afinal “o Batman é o Batman, né”? Mas vale lembrar que o Superman pré-Crise nas Infinitas Terras era um dos seres mais poderosos de todo o Universo, sendo o ápice do que todo super-heróis deveria ser em todos os aspectos. E sofre esta derrota justamente por não querer se aproveitar de uma vantagem, coisa que o Morcego nunca teve problemas em fazer.

Claro que a falsa ameaça acaba tornando-se real, Superman é salvo pelo Batman e a amizade dos heróis volta com força renovada. Com direito a Clark Kent reclamando que o queixo está doendo por causa do soco que levou e Bruce Wayne dizendo: “Você me livrou do complexo de inferioridade que estava me destruindo. Obrigado, amigo!”.

Com roteiro de Edmond Hamilton e arte de Curt Swan, esta história foi publicada no Brasil em 1994 em preto e branco pela Sampa Editora no número 16 da Coleção Invictus.








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